por Ed McKeown
Na companhia de um sábio, encontrei um significado profundo no simples ato de agradecer antes de uma refeição.
Durante a maior parte do século XX, o filósofo britânico Paul Brunton (1898–1981) pesquisou e escreveu sobre as maneiras pelas quais as pessoas podem abrir-se para o que ele chamou de milagre da graça. Seus livros sobre a jornada espiritual – mais notavelmente A Busca do Eu Superior, O Ensino Oculto Além do Yoga e A Sabedoria do Eu Superior – oferecem esperança, percepção e instrução prática aos buscadores que “aspiram ardentemente por uma experiência de expansão divina”.
Ao final de sua vida, PB (como era conhecido) vivia em reclusão parcial seguindo com privacidade suas práticas espirituais, correspondendo-se com conhecidos em todo o mundo, viajando ocasionalmente, concedendo entrevistas de tempos em tempos e escrevendo – sempre escrevendo.
Em 1979, PB tinha 81 anos e morava sozinho perto de Vevey, Suíça. Eu servi como seu secretário por um curto periodo de tempo, alguns anos antes, durante o que teria sido sua última visita aos Estados Unidos. Sabendo de suas atuais circunstâncias e esperando que ele aceitasse um pouco de ajuda, escrevi para perguntar-lhe se eu poderia ajudá-lo. Duas semanas depois, encontrei-me em uma pensão bem desgastada em Vevey, com o Lago de Genebra à minha janela, os Alpes Franceses erguendo-se intocavelmente à distância e o apartamento de PB próximo ao bonde.
Durante os seis meses seguintes, passei a maior parte do dia com PB, ajudando-o com sua correspondência, comprando mantimentos, executando tarefas e, às vezes, acompanhando-o até um depósito vizinho, onde passava várias horas por semana vasculhando seus arquivos literários e a considerável coleção de livros, artefatos e outros itens adquiridos durante sua longa carreira.
O livro mais recente de PB, A Crise Espiritual do Homem, apareceu em 1953. Ele continuou a escrever, é claro, e quando eu estava com ele, ele estava nos estágios iniciais de organização da sua volumosa obra não publicada, que ele chamou de seu livro final, seu “sumário “. Ele continuaria a editar e adicionar material a este trabalho até a sua morte, dois anos depois. Embora seu último livro “sumário” não tenha sido concluído, a Larson Publications, mais tarde, expandiria o projeto e publicaria grande parte desse material – dando continuidade ao plano estabelecido por PB – como a série de 16 volumes intitulada The Notebooks of Paul Brunton.
PB tinha em casa um escritório altamente funcional e seu dia de trabalho era bem disciplinado. Vestido de paletó e gravata, ele trabalhava incansavelmente e eficientemente, geralmente fazendo uma pausa apenas para as refeições programadas e, é claro, para o chá da tarde. Na hora das refeições, eu preparava pratos veganos simples para nós e, enquanto comíamos e conversávamos, frequentemente eu fazia anotações em um caderno que mantinha por perto. Muitas das minhas anotações se referiam a tarefas mundanas: lembretes para comprar itens necessários ou instruções para um mercado específico de vegetais ou loja de ferragens. Outros, rabiscados discretamente enquanto mastigava, eram mais sublimes.
PB começava todo almoço e jantar curvando a cabeça e dizendo graça. Ele falava baixinho e devagar, às vezes parando por alguns instantes entre as palavras. Ele geralmente repetia a mesma oração, variando apenas uma frase: “Por esse alimento para nutrir o corpo físico e sustentar sua força, e por __________, somos agradecidos [ou gratos], ó mente do mundo.” Após terminar esta breve graça, PB sempre permitia que o silêncio se aprofundasse por um curto período e, então, iniciávamos a refeição.
Fiquei impressionado com a grandiosidade, bem como com a simplicidade dessas orações gentis de ação de graças. Logo comecei a prática de escrever no meu caderno a frase variada, bem como aquela benção específica do dia. Como minha permanência em Vevey se prolongou, tornei-me consciente de que estava acumulando uma verdadeira ladainha, das maneiras em que a graça pode florescer na vida de alguém.
Muitos anos depois, ao voltar a ver este presente que PB me deu, ainda posso lembrar do silêncio profundo naquela sala, ainda posso ver a luz do sol derramando calorosamente sobre o tapete. Eu passei a entender que estar consciente da graça e lembrar de ser grato a ela talvez seja a maior graça de todas.
As Graças de PB
“Por esse alimento para nutrir o corpo físico e sustentar sua força, e por __________,
somos agradecidos [ou gratos], ó Mente do Mundo.”
… A graça da tua presença…
… A graça da alegria …
… A graça dos pensamentos positivos…
… A graça da compaixão…
… A graça da sabedoria…
… A graça da tua paz…
… A graça do entendimento…
… A graça de confiar em ti…
… A graça de ser…
… A graça da paz de coração e mente…
… A paz que vem…
… A graça da iluminação…
… A graça de ser o que realmente somos…
… Bom sentimento…
… A graça da paz…
… A luz dada pela graça…
… A graça da interioridade…
… A graça da harmonia…
… A interioridade que vem da graça…
… A graça invisível…
… A graça sempre fluindo…
… A vinda interior…
… A graça que é…
… A graça da virtude interior…
… Pensamentos corretos também…
… Trazendo mais boa vontade ao coração…
… A graça da paz dentro…
… A graça eterna …
… A graça da luz glorificada, que conduzirá do homem como ele é ao homem como ele deveria ser…
… A graça de ser perdoado…
… A graça da verdade…
… A graça da paz interior…
… A graça contínua…
… A graça da luz…
… A graça da receptividade…
… A graça interior
… A graça da orientação…
… A graça da força interior…
… A graça do equilíbrio e proporção…
… A graça da humildade…
… A paz e a clareza…
… A tranquilidade interior…
… A beleza interior…
… A graça do cumprimento…
… A graça de expandir a mente à transcendência…
… A paz da alegria, temperada com sabedoria…
… A paz curadora…
… Conhecimento verdadeiro…
… A acomodação concedida pela graça…
… A graça da justiça interior…
… A graça do reconhecimento…
… A graça da luz interior…
… A graça sempre dada …
… A graça da rendição ao poder superior…
… A graça que sempre vem…
… A graça que está sempre presente…
… A paz, a graça e a luz…
… A graça que é indispensável para a realização…
… A graça de belos humores…
… A graça da sabedoria e do conhecimento…
… A benção da graça…
… A concessão da graça…
… A graça da bondade…
… A graça concedida…
… A graça do sempre-ser…
… A graça da maravilha…
… A graça da provisão…
… A graça da criatividade em níveis mais elevados…
… A graça do conhecimento mais profundo…
… A graça da vida pura…
… A graça da proteção divina…
… A graça da divindade delicada, sentida dentro…
… A graça que acompanha a morte…
… A graça da saúde…
… A graça da presença da nossa própria divindade…
… A graça da sempre presença…
… A graça do apoio interior…
… A graça das sagradas escrituras…
… A graça da clareza…
… A graça da prajña, o conhecimento da sabedoria…
… A graça do contentamento…
… A graça da serenidade…
… A graça da paz de espírito…
… A graça da cura…
… A graça da luz na escuridão…
… A graça de mais orientação…
… A graça da comunicação superior…
… A graça…
… A graça da graça…
… A graça do equilíbrio e proporção na compreensão e na dieta…
… A graça da percepção direta…
… A graça da harmonia e ordem…
… A graça do conhecimento superior…
… A graça da direção certa…
… A graça do verdadeiro idealismo aqui na terra, onde sempre procuramos mas nunca percebemos…
… A graça de comungar com a natureza…
… A graça do perdão …
… A graça da paz interior…
… A graça do ser eterno …
… A graça da paz interior e boa vontade…
… A graça da vida guiada…
… A graça sempre dada …
… A graça do despertar…
… A graça da pontualidade…
… A graça do renascimento…
… A graça do descuido…
… A graça de aprender e desaprender…
… A paz do autocontrole…
… A graça da meditação cada vez mais profunda…
… A graça de sentimentos mais elevados…
… A graça da paciência…
… A graça da boa saúde…
… A graça em abundância…
… A paz interior…
… A graça por vir…
Copyright © 2002 Ed McKeown
